E quando menos esperávamos, chegou a pandemia e com ela paramos.
Parar sempre foi o sonho de consumo da maioria das pessoas. Ficar mais em casa, curtir a família, estressar-se menos no trânsito, relaxar. Evidentemente, dessa forma, estamos aqui considerando pessoas com as necessidades fisiológicas e de segurança atendidas de acordo com a hierarquia da pirâmide de Maslow – teoria defendida na década de 50 pelo psicólogo americano Abraham Maslow, que concluiu haver níveis de necessidades humanas.
No entanto, passados alguns dias, as pessoas começaram a se deparar com os desafios do autoenfrentamento, do maior tempo de interação com o grupocarma (nosso grupo de convívio mais próximo), da abstinência do convívio social, do acúmulo de tarefas domésticas que antes eram terceirizadas, além do acompanhamento de atividades escolares dos filhos e de tantas outras atividades que demandam atenção neste período.
VISÃO CONSCIENCIOLÓGICA NO DESAFIO DA PANDEMIA
A PRÁTICA DO DIA A DIA
É importante que todos os dias utilizemos instrumentos e técnicas para organizar nosso dia e nossos pensamentos, ao que chamamos de reeducação consciencial. Essa reeducação depende do investimento recinológico (reciclaclagens intraconscienciais), de auto-organização holossomática (relativa aos nossos veículos de manifestação). Assim, qualificar nosso convívio com os outros, e também focar no crescimento pessoal, é atuar na qualificação de nossa maturidade consciencial e investir na interassistência reurbanizadora.
AUTOENFRENTAMENTO
Em primeiro lugar, mesmo que concomitantemente a outros desafios, precisamos nos olhar. Assim, à medida que nos conhecemos e investimos em nossas mudanças íntimas, otimizando nossa lucidez, a convivência com os demais e o exercício da empatia, desenvolvemos, como consequência, nossa própria maturidade consciencial.
Porém, que olhar é esse? Autoconhecimento já é um termo tão banalizado na socin (sociedade intrafísica), que nos questionamos: ¨como fazer para que esse autoconhecimento funcione efetivamente?¨
Com efeito, traremos aqui sugestões de questionamentos a fim de provocar algumas reflexões nesse período de maior recolhimento: o que você mais valoriza atualmente em sua vida? O que não abre mão? O que precisa qualificar, ajustar em seus valores? Que valores gostaria de desenvolver? Esses têm a ver com seu momento de vida.
Na sua relação com as pessoas, os conflitos de maior impacto ou sofrimento têm qual pano de fundo? Qual traço seu está atrelado? Exercita o binômio admiração-discordância nas relações interpessoais, qualificando a comunicação interassistencial?
Concomitantemente com os pensamentos (PEN), que nos possibilitam a autocriticidade, a partir da gestão do pensamento rumo à ortopensenidade, precisamos atuar também em nossos sentimentos (SEN), pois para que possamos exercer uma criticidade sadia, devemos abrir mão de emocionalismos, vitimizações, codependências afetivas e desequilíbrios emocionais.
Assim, quanto menos emocionalismos, menos estaremos sujeitos ao auto e heterassédio em nossas manifestações. Ao exagerarmos na dose de autocobrança, damos oportunidade para o autoassédio e para o reforço de heteroassédio naquela disfuncionalidade emocional.
Por outro lado, ao sentirmos pena de nós mesmos, nos vitimizamos em relação a qualquer situação com o grupocarma e abrimos mão de sairmos da interprisão que nos liga àquelas consciências, deixando de assisti-las e atrasando a evolução grupal.
No entanto, não basta apenas vigiarmos pensamentos e sentimentos, pois o trabalho energético (ENE), no atual nível consciencial em que a maioria de nós se encontra (não despertos, ou ainda sujeitos ao assédio interconsciencial), é primordial para mantermos o equilíbrio holossomático. Quando estamos assediados, torna-se difícil enxergarmos com clareza, discernirmos o que somos, o que pensamos e o que sentimos.
O EXERCÍCIO DO EXEMPLARISMO
Um dos maiores trafares (traços fardos) do ser humano é julgar e culpar o outro. Às vezes, na fuga de problemas próprios, a fim de não se olhar, passa a ver no outro algo que ele precisa reciclar em si – o que é chamado pela psicologia de transferência.
No entanto, é importante ressaltarmos a importância de aceitar o outro como uma consciência singular, em evolução, num patamar próprio e digna de nosso respeito em relação a seu grau evolutivo. Contribuir com ela e ser assistencial é não cometer estupro evolutivo; é ser responsável por nossa evolução, por nossas mudanças e através do próprio exemplo, auxiliá-la na evolução.
Nesse sentido, no momento em que dividimos, durante o dia inteiro, nosso espaço com familiares, respeitar o espaço e o tempo de cada um é compreender empaticamente o outro e saber que cada um tem um jeito singular de ser.
E você tem aproveitado evolutivamente o período de pandemia? Nesses meses já consegue perceber efetivas reciclagens? Como avalia suas interrelações nesse tempo?
Não menos importante que o que já trouxemos até aqui, abordaremos agora o conceito de reurbanização extrafísica.
O QUE É E QUAL O OBJETIVO DA REURBANIZAÇÃO EXTRAFÍSICA?
Por se tratar de consciências que se encontravam na baratrosfera por séculos ou milênios, sem o esforço de querer evoluir, começaram a ser compulsoriamente deslocadas. Tal recolhimento, desde então, passou a ser feito tanto para outros planetas de nível evolutivo inferior (transmigrações) como para o planeta Terra, a partir de ressomas compulsórias (renascimentos).
Algumas voltaram a ressomar no planeta Terra numa última oportunidade, para tentarem melhorar, evoluir. Muitas, no fracasso dessa tentativa, retomaram valores e intenções anticosmoéticas, figurando entre as notícias de crimes e desajustes que vemos hoje na socin.
Por que última oportunidade no planeta? Porque a Terra está em transformação de planeta Hospital para planeta Escola, e, portanto, consréus passam a ser transmigradas para outros planetas menos evoluídos após última tentativa de melhora aqui.
Essas consciências resgatadas da baratrosfera, sem condições de ressomarem mais neste planeta, são deslocadas para continuarem sua chance de evolução em planetas evolutivamente inferiores à Terra.
E QUAL SERIA O OBJETIVO DESSA RETIRADA DE CONSCIÊNCIAS DA BARATROSFERA?
O número excessivo dessas consciências de padrão patológico, com automimeses ultrapassadas, traz um histórico de pensamentos de baixa qualidade, padrões melancólicos, agressivos, não só na dimensão extrafísica mas também influenciando a dimensão intrafísica.
E QUAL A RELAÇÃO DA REURBANIZAÇÃO EXTRAFÍSICA COM A PANDEMIA?
Já podemos ver as pessoas mais sensíveis à dor do outro, mobilizações assistenciais em vários níveis e modos, profissionais da saúde sensíveis à causa e valorizados em suas posições, assim como cientistas. A pandemia vem, de alguma forma, trazer uma pausa necessária para que os seres humanos reflitam sobre suas escolhas.
Além da limpeza energética do planeta, a pandemia une todos os países numa causa mundial, pois a pandemia é um problema de escala global. Nos deparamos com uma causa comum, sem sectarismo, mostrando os verdadeiros valores para todos e a importância de investirmos juntos no bem comum, na ciência, na saúde, na erradicação de doenças.
De acordo com o modo com que as consciências, nações e continentes saiam desse período de pandemia, poderão ser gerados os frutos pós pandemia: quiçá consciências mais maduras, mais assistenciais, mais empáticas e nações mais solidárias, investindo em valores cosmoéticos, nos direitos dos seres humanos e na evolução em conjunto.
Autora: Naire Paiva, voluntária da Reaprendentia.
Referências:
Livro
VIEIRA, Waldo. Homo sapiens reurbanisatus, 2ª Ed. Foz do Iguaçu, Associação Internacional do Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC), Ediatares, 2003.
Materiais disponíveis em meio eletrônico
SCHMIDT, Jorn Frederik. A Reurbanização e as equipes de especialistas técnicos Transmigrados, Revista Conscienciologia Aplicada, n.13, 2020
SCHNEIDER, João Ricardo; Painel Evolutivo> acesso em julho/2020
Verbetes da Enciclopédia da Conscienciologia
DAOU, Dulce. Automundividência Reurbanológica, verbete 3933, defendido em nov/2016
VIEIRA, Waldo. Reurbanização Extrafísica e Prospecção dos Serenões, tertúlia conscienciológica disponível em: http://www.tertuliaconscienciologia.org acesso em junho/2020